A escolha da tela de Gustav Klimt para este site não é por acaso. Klimt pintou o que Jung teorizou e nos deixou em sua obra escrita. A Árvore da Vida representa a ligação do céu e da terra.
Jung disse: “Qualquer árvore que queira tocar os céus precisa ter raízes tão profundas a ponto de tocar os infernos.” Ou seja, assim como a árvore, para buscar nossa totalidade precisamos descer nas profundidades. Nas profundidades é que nos deparamos com nosso lado que não gostamos, que criticamos nos outros, mas também é aí que se escondem nossos maiores tesouros. Essa região profunda nos dá medo, parece áspera e sombria. Mas a ferida é também a cura. É do veneno que se extrai o remédio. As raízes profundas das árvores retiram o alimento do fundo do solo. Esse profundo que nós não enxergamos é onde contém todo alimento necessário para a permanência da vida. Esse alimento vai ser transformado. Assim como a matéria bruta dos alquimistas. Dentro dos troncos e galhos ocorrem inúmeros processos de transformação até que a árvore produza folhas bem verdes, frutos e flores. A mesma coisa ocorre com nossa personalidade. O contato com a natureza carrega muito símbolos. O ser humano é orgânico, mas perde essa noção a medida que cinde da sua personalidade a relação consigo mesmo. A restauração desta relação faz o resgate do alimento que provém do inconsciente, do “subsolo” das árvores. Quando isso é conquistado, sente-se novamente um ganho da energia que pode ser canalizado para a realização do Self a caminho do que Jung chamou de processo de individuação. Por isso, na terapia junguiana é tão importante todo material que provém do inconsciente, como os sonhos.